domingo, 17 de novembro de 2013

Filtros e muros

Percepção





É sobre observar e entender você mesmo e os outros.

Como um pediatra faz quando examina um pequeno bebê que ainda não sabe falar.

É como se esse médico tivesse poderes sobrenaturais. Poderes para saber o que o bebê sente, pensa e precisa. Puro exercício de percepção.

Assim como faz o pediatra, podemos nós também.

Mas, a magia não está na observação, mas no objeto observado.

O adulto dissimula, já tem filtros e consegue se esconder.
Constrói muros ao seu redor, se sufoca por vontade. É prisioneiro das suas escolhas.

É preciso aprender a olhar todos como bebês.
Você aprende a ler o corpo, a ler os gestos, a ler os olhos.

Os bebês não têm muros. Não têm filtros.
Eles ainda não foram construídos.  

São simplesmente felizes.

Simone Vieira Resende

A montanha russa da vida.

Renda-se!




A rendição é uma excelente maneira de compreender algumas emoções. 

Surrender! Eu senti na pele a descoberta. Alguns anos atrás em um passeio num parque de diversões, eu brinquei numa montanha russa. Até aí, tudo bem, nada demais. Quando saí do brinquedo senti meu corpo todo dolorido. Meus braços, meus pescoço, meus músculos! Era tanta força que eu fazia para me segurar e tentar me proteger que nem percebia que não tinha esse controle. Agora vejo que era minha vontade e tentativa de controlar a situação. Nós fazemos isso na vida o tempo todo, isso nos dá uma sensação de que estamos no controle, mas na verdade é uma ilusão. Observei as crianças que iam na montanha russa duas e três vezes, sorrindo, gritando, com os braços para cima e foi assim que percebi que a nossa vida é do mesmo jeito. Você tem mesmo de se render. Você não está no controle de tudo o tempo todo. Então decidi abrir meus braços. Mas, volta e meia me pego agarrada na corrimão da vida, como se assim pudesse me proteger e controlar tudo. Que bom lembrar que posso soltar as duas mãos nesse próximo looping!



Um forte abraço,

Simone Resende

simone@abesassessoria.com.br

segunda-feira, 11 de novembro de 2013

Queimada na fogueira

A caça às bruxas


Uma perseguição política e social que perdurou por quase três séculos. As bruxas daquela época não são diferentes das de hoje.





A explicação é bem simples.  Aquelas consideradas bruxas e enviadas para a fogueira durante a idade média e a idade moderna tinham mesmo poderes.  Não os sobrenaturais, mas os sensoriais. Pura questão de percepção.  Quando você convive com as mesmas pessoas durante muito tempo, a rotina se encarrega de deixar claro diante dos seus olhos de bruxa as mesmas atitudes, os mesmos pensamentos e formas de agir que só a mais poderosa força do universo é capaz de criar: a força do hábito. Sim. O hábito faz com que as pessoas pensem e  consequentemente ajam do mesmo jeito.  Foi exatamente essa  percepção que as bruxas do passado desenvolveram. Elas previam o  futuro, sabiam o que as pessoas iam fazer e sabiam o que elas estavam pensando. Prever o próximo passo de cada um e calcular o resultado das escolhas era coisa simples. Uma questão de percepção. Já pensou em quantas de suas ações e pensamentos se repetem do mesmo jeito todos os dias? Eu já. Observo os meus, observo os daqueles com quem trabalho e convivo. Sou bruxa quando sei quais serão os resultados, os choros, as reclamações, as alegrias, os obstáculos impostos por aqueles que venho observando, simplesmente porque eles se repetem em um mesmo ciclo over and over. Não é diferente comigo, não é diferente com você. Você é um pouco bruxa também. Para não ser queimada, muitas vezes o melhor é calar, mas nunca deixar de observar. 

Simone V. Resende