domingo, 18 de maio de 2008

Você está me ouvindo?



Agora...aquela voz...

Si, amiga, você está me ouvindo bem? Preste atenção! Estou falando com você, sobre as suas lembranças, sobre as suas memórias, não quero aqui fantasiar, em imaginar coisas que não aconteceram, quero apenas poder lembrar como me senti e como as coisas realmente se passaram, como elas se deram, pelo menos dentro de mim.
Se algum dia, alguém ler essas linhas, além da minha leitora predileta, eu mesma, vai me achar uma doida! Mas é bom. Para sermos sensatos precisamos mesmo de um pouco de loucura. 
Vou tentar ser mais específica e clara. Vou me concentrar na descoberta desse sentimento e em descrever como ele começou, esquecendo um pouco, pelo menos por enquanto, todas as transformações pelas quais passei morando sozinha.
Como começou é difícil de lembrar, ainda bem que resolvi escrever agora, porque se deixar o tempo passar, minha memória pode me trair ainda mais do que o de costume. A memória é como um marido safado que nunca resiste à tentação ao seu redor, se ocupa de agradar a “outra” , deixando você ao léu, sem lembranças, quando mais precisa delas. 
Nossa que metáfora horrível! 
Nos conhecemos. Mas a situação era estranhíssima. Completamente fora do comum. Como eu, com essa pinta de resolvida, em sã consciência podia me sentir assim? Eu não acreditava em mim mesma. 
Ah! O efêmero! Doce ilusão! Mas e os sentimentos? Gostar era tão fácil...tão fácil...
Amar então...uma consequência inevitável! E eu sei, lá no fundo do meu coração que seria assim. Mas, agora esqueci.