sábado, 4 de dezembro de 2010

Coisas para melhorar





Ele me disse que sente que não adianta se esforçar para me agradar que o meu sentimento de carência é tão grande que não importa o que ele faça, o quanto ele se esforce para me agradar ou para suprir essa carência, nunca será o suficiente, porque é uma carência eterna e insaciável.

Quando ele disse isso me lembrei de uma frase da Clarice com a qual eu me identifico muito. A liberdade é pouco para mim. O que eu quero ainda não existe, ainda não inventaram, ainda não tem nome. Acho que ele esta certo. 

Eu tenho mesmo uma INSATISFAÇÃO perene na minha alma, na minha vida, que não me deixa ver o lado cheio do copo, por mais que eu seja uma pessoa otimista e positiva, e isso eu sei que sou. No fundo é como se alguma insatisfação, ainda inconsciente para mim, estivesse mesmo sempre presente na minha vida. E mesmo quando eu consigo uma coisa que queria muito, olho para ela e sinto come se não tivesse a menor importância. Ë exatamente por isso que às vezes, quando eu faço coisas sem planejar muito, como ajudar alguém, cuidar dos outros, quando eu faço qualquer tipo de caridade, me sinto como se tivesse alcançado alguma coisa que sempre quis. 

Será esse o segredo da satisfação?
Satisfazer o outro?

Acho que sim.

Muito estranho isso.

Então, agora determino que vou:

Mudar a cara de carente que eu faço quando as coisas não acontecem como eu quero. Na verdade, não vai bastar mudar a minha cara. Porque eu sei que sou boa atriz e que posso fingir muito bem. Mas, eu não quero fingir, eu quero realmente sentir que não preciso daquilo, que aquela incompreensão, aquela falta, aquele sentimento realmente não me afetou. Sem fingimento, sem negação, apenas aceitação de que eu mudei e posso mudar sempre.

 SI

terça-feira, 16 de novembro de 2010

PAZ



Já não é uma boa hora para escrever.

Estava em paz.

Tentava entender o que estava sentindo, revendo os sentimentos e quais as ideias e pensamentos que me levaram até essas sensações, quando comecei a sentir, raiva, impaciência, nervosismo, que chegou a  afetar o meu corpo, senti taquicardia, comecei a suar e senti vontade agredir alguém. 

Ela entrou no meu quarto e falou às 11h. 
Já acordou? Tá escrevendo? Ainda é tão cedo e você já esta acordada?!
Senti duas coisas que me deixaram muito irritada, ou ela esta bancando a boazinha ou esta sendo debochada. 
Querer agradar e bancar a boazinha, acho que é a melhor opção.
Me perguntou o que eu ia tomar no café, o que eu ia comer no almoço e eu ainda  estava na cama, nem tinha levantado. 
Daí, ele saiu, irritado com a minha resposta. Levantou e foi tomar café da manhã sozinho. 
Isso fez com que eu me sentisse pior, por ter respondido.
Eu vou embora pro Rio, já. 
Na verdade o que todos entenderam foi exatamente o que eu quis dizer, já que não tenho paz aqui. 
Vou me mandar. Agora estou aqui sozinha e com vontade chorar.

Devo estar exatamente com aquela tal cara de carente.

Vontade desaparecer.

SI.

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Realidade ou Ilusão

Ilusão



Até que ponto o que eu sinto é real ou apenas uma ilusão?

Como identificar se estas sensações e impressões são minhas, verdadeiras e têm fundamento na realidade ou se são apenas momentâneas e influenciadas pelo momento e pela energia que me cerca naquele instante que eu as sinto?

É Bem complicado para mim, tentar reconhecer e entender isto. Na verdade, eu mal consigo explicar o que é. Se tudo o que eu sinto for uma ilusão, ou seja,  apenas uma impressão errada da realidade, ela é uma ilusão criada por mim, eu fui descuidada, não vigiei meus pensamentos  e deixei brechas abertas para sofrer essa influência.

Eu sei que a única forma de reconhecer a verdade é através da meditação, que abre as portas do meu coração e da minha mente para que eu reconheça a verdade. Ãs vezes penso qual será a melhor hora para meditar, e a melhor hora é toda hora. Mas eu não consigo me concentrar do mesmo jeito todas as vezes que metido.

Nesta semana, eu tive uma prova concreta do poder da meditação.
Eu estava me sentindo muito angustiada, com vontade chorar o tempo todo, triste e nervosa, com um aperto no peito infinito e que não passava nunca.

Daí eu comecei a me sentir praticamente doente e sem vontade para nada. Comecei a avaliar o porque de me sentir tão mal. Comecei a pensar que não podia ser normal eu me sentir assim. Eu estou com problemas de grana, eu estou desempregada, mas isso não seria motivo pra me sentir tão desesperada. A sensação aumentou de tal forma que ficou incontrolável, eu achei que fosse passar mal, que fosse brigar com meu namorado, que não fosse mais aguentar. Daí, eu estava na cozinha fazendo o almoço, eu resolvi que aquela sensação iria acabar naquele instante. Eu me concentrei muito e fiz uma oração. 

Meditei conversando comigo mesma, como um pensamento vertical, onde eu lembrava de todos os que me amavam e gostam de mim e me fazem saber que eu não estou sozinha nunca. Foi uma sensação tão forte e intensa que em poucos minutos eu senti que aquela angustia tinha deixado o meu coração e meu corpo e minha mente estavam mais leves e saudáveis.

Eu quero procurar fazer isso mais vezes durante o dia e vigiar mais meus pensamentos para que não tenha que passar por essa situação de desespero com tanta frequência. 

Mas, o mais importante é a consciência de que as vezes nem tudo o que eu sinto, eu tenho mesmo que sentir, na verdade, eu não estou negando o sentimento, eu o reconheço, o avalio e  vejo com a origem dele, qual pensamento que eu tive que fez com que eu me sentisse daquele jeito.

Quero ir fundo nessa sensação e mania que tenho de bancar a vítima. Parece que eu me acostumei com a sensação de ser a coitadinha e volta e meia precisasse me  sentir assim, como um hábito, como um vício na sensação de tristeza, uma sensação tão familiar pra mim que até me faz sentir falta dela, e daí eu, quando estou imensamente feliz, me sinto culpada pela felicidade e busque uma forma de me sentir simples e comum e triste.

Eu posso me sentir feliz sim. 

Eu sou o que eu penso.

Basta policiar meus pensamentos. Vigiar. Vigiar sempre. Essa é a regra.

Si

15 de Novembro de 2010. (23:56) 


domingo, 23 de maio de 2010

Autoconhecimento



Autoconhecimento como chave para a felicidade.




Teresópolis, 23 de maio de 2010.

Anotações da Palestra sobre “o autoconhecimento como chave para a felicidade”

  O que é felicidade para você?

Felicidade e sentir-se bem mesmo tendo problemas.

Quando você estiver triste e deprimido e queira mudar completamente seu estado de espírito, pince duas ou três situações de felicidade que você conseguir lembrar e fique com elas em mente.

Lembre-se da metáfora das flores e da aranha. E veja sempre o lado bom das coisas...as flores estão sempre a ali pra você. Só depende de você ver a aranha ou não. 
Isso não quer dizer que você não terá problemas ou que deva ignorá-los, mas não pode viver em função deles. Todos nos temos problemas, mas podemos e devemos ser felizes com eles.



Você é aquilo que acredita que é.

A realidade é um banquinho onde você se senta!

Não podemos esquecer dos nossos propósitos.
Chega de complexos de inferioridade, culpa e vitimização, nem mesmo o contrário, como o complexo de superioridade, a vaidade e o orgulho. 

Precisamos achar um equilíbrio dessas sensações.

Mecanismos de defesa:
  1. Negação (eu não sinto isso...)
  2. Repressão (bloqueio de sentimento negativo)
  3. Projeção  (nos livramos dos sentimentos negativos atribuindo-os aos outros)
  4. Racionalização (criamos álibis para nós mesmos)

A chave para o meu eu interno é a meditação.
Com ela consigo analisar e observar meus pensamentos.

Qual seria então o conceito de fracasso?

Auto-aceitação (ser do tamanho que se é).
Trabalhe isso dentro de você. 
Começo a me aceitar pequenina como sou, insignificante e importante também, mas para mim mesma.

Quais são as causas das doenças?
Eles ocorrem quando há um conflito entre a essência e a personalidade. 

Para adquirir conhecimento nós olhamos para fora. Olhamos para os outros.
Para adquirir sabedoria nós olhamos para dentro olhamos para nós mesmos.

A questão da mudança é como um barco no cais e um barco em movimento. Qual deles é mais seguro? 
Em qual deles você quer embarcar?


sexta-feira, 2 de abril de 2010

O começo


Para realizar um sonho é preciso esquecê-lo, distrair dele a atenção. Por isso realizar é não realizar...

Fernando Pessoa.

Eu adoro advérbios. Sabe por que? Eles sempre ajudam a expressar exatamente aquilo que você sente na quantidade certa, nem mais nem menos, a quantidade certa. Eles ajudam também quando você não sabe a quantidade certa, mas sabe que eles modificam suas ações! Amo os advérbios! Então, vai ser assim mesmo que vou registrar: estou gostando imensamente de um amigo. Gostando tanto que sinto falta quando não estamos perto um do outro. Penso com carinho nele o tempo todo, me sinto em paz quando a figura dele me vem ao pensamento. Sinto-me muito à vontade do lado dele e quando estamos juntos não quero estar em outro lugar, que não seja ali.  O melhor de todas as dádivas do amadurecimento, se é que há mesmo alguma: reconhecer quando se gosta de alguma coisa ou de alguém e o melhor de tudo: gostar, simplesmente por gostar, gostar sem querer ser retribuído no sentimento, gostar sem expectativas de que o sentimento será recíproco, gostar por gostar, como se isso fizesse mais por mim, do que por ele, sem querer nada em troca por isso. Quando leio meus textos antigos, e vejo minhas reclamações em relação ao meu relacionamento anterior, ou até mesmo em relação as minhas amizades, sempre me deparo com a ideia de que “é dando que se recebe”, mas não aquela ideia caridosa, não a ideia da doação, mas sim, o sentimento de: “já que estou te amando, você tem que retribuir!” “sempre fiz tudo por você e você nada por mim!” Como é bom saber que posso gostar de alguém e sentir que NÃO quero, não espero nada de volta dessa pessoa. Quero simplesmente gostar dele, sentir isso e curtir essa sensação de estar feliz quando estou perto de alguém tão agradável. Estou me superando no uso dos advérbios, não é mesmo?




segunda-feira, 8 de março de 2010

Às favas com a perfeição


Perfeição




Amar é cansar-se de estar só: é uma covardia portanto, e uma traição a nós próprios, importa soberanamente que não amemos.
FP

 Mas, se amar, sinta, entregue-se:

AME COMO SE DESEJA SER AMADO.
ACEITE SEM EXPECTATIVAS DE MUDANÇA.
TENHA COMPROMISSO FÍSICO, ESPIRITUAL, EMOCIONAL E FINANCEIRO. 
RECUAR NÃO É UMA OPÇÃO.
DEIXE AS PEQUENAS COISAS DE LADO.
CHEGUE SEMPRE A UM ACORDO SOBRE SOLUÇÕES.
PRESTE ATENÇÃO.
AVALIE.
PENSE JUNTO, MESMO QUANDO NÃO CONCORDAR.
CUIDE DO BEM ESTAR UM DO OUTRO: SEJAM AMIGOS E AMANTES.
 SUPERE A RAIVA SEM EXPECTATIVA DE QUE TUDO TEM DE SER DO SEU MODO.
PASSEM ALGUM TEMPO JUNTOS.
PARTILHEM ATIVIDADES.
SUPERE A CULPA E NÃO TENHA AUTO PIEDADE. 
AJUDE O OUTRO A SER UMA PESSOA MELHOR.
SEJA UMA PESSOA MELHOR.


sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Quem é você?


Rio de Janeiro, 19 fevereiro de 2010.

O que você responde quando alguém te pergunta: “Quem é você?”

A primeira coisa que me vem a cabeça é: Eu sou uma professora, tenho 37 anos, trabalho o dia inteiro. Sou formada em linguística...essa sou eu?

Eu sou o que eu sinto, o que eu faço, o que eu fiz, eu sou aquilo que vivo, eu sou as minhas experiências. Eu sou as minhas vivências.

Sou assim:

Eu guardo meus cartões de natal e de aniversários. Guardo todos os recadinhos dos meus amigos e dos meus alunos, que também são bons amigos. Guardo todos dentro dos meus livros, principalmente dos meus livros favoritos e dos meus dicionários. Cada vez que abro um deles, tem um carinho de alguém, um sorriso amigo, um afago no coração. Sempre me traz boas lembranças e tudo isso vem com um sorriso. O sorriso do tipo grande, daquele que ilumina o rosto e contagia quem está perto.


Eu escrevo nos meus livros, em todos eles. Escrevo o que sinto quando leio, escrevo o que vejo, onde estou, datas, risadas, faço desenhos, carinhas felizes, carinhas chorando, carinhas daquelas redondas, só com olho, boca e nariz, desenhadas com pontinhos. Meus alunos conhecem essas carinhas, coloco nas provas também, nos boletins, nas redações.  Em sempre uso uma caneta, que é pra marcar mesmo. Abro bem o livro, pra marcar as folhas, pra parecer que foi lido, relido, usado, vivido.


Quando empresto um livro, deixo meus amigos escreverem nele também, mas com cores diferentes e sempre que releio, aquele sorriso volta, como da primeira vez, essa é a vantagem da memória fraca.


Eu releio os livros que mais gosto, assisto inúmeras vezes o mesmo filme e quando cismo com uma música, fico ouvindo a mesma faixa sem parar durante semanas.

Eu aprendo coisas com o tempo. Sempre quero aprender mais. Mas, nunca deixo de fazer coisas bobas, como se não aprendesse nunca. Gosto de ouvir os mais velhos. Além de melhores alunos são os melhores professores. Os idosos sempre têm uma boa história. Sou uma boa ouvinte, mesmo sendo tagarela.

Ainda estou aprendendo a ter paciência, mas já evolui bastante.

Meu maior defeito ainda é o egoísmo. Tenho dificuldade em dividir, partilhar e pensar nos outros. Sou egoísta sim. Penso em mim mesma o tempo todo. Talvez por ser filha única, sempre achei que tudo deve ser pra mim, por mim e comigo. Dividir, pensar nos outros e entender que somos todos iguais, ainda é um problema. Mas, na verdade, não somos iguais, somos?




...Olhe, tenho uma alma muito prolixa e uso poucas palavras. (poucas??)

Sou irritável e firo facilmente.
Também sou muito calma e perdôo logo.
Não esqueço nunca...quase nunca..hehehehe
Mas há poucas coisas de que eu me lembre.


Si