Conhece alguém as fronteiras à sua alma, para que possa dizer - eu sou eu?
FP
Há pesquisas científicas que comprovam: falar de
si mesmo ativa a área do cérebro responsável pelo orgasmo. Então vamos gozar.
Conhece a ti mesmo.
Qual tarefa seria mais
simples e complicada ao mesmo tempo?
Eu sou entusiasmada com tudo, jovial,
cordial, sou muito franca, sou direta, eu adoro pessoas, eu amo a liberdade e
adoro cuidar dos outros. Contudo, quase sempre me precipito nas minhas conclusões,
porque sempre acho que sei o que os outros estão querendo e pensando, daí
quando num sei, invento, imagino e me precipito. Daí, eu fico um pouco
deprimida quando estou ansiosa pra saber alguma coisa.
Como qualquer centauro, tenho
muitas flechas. Sou sim, daquele tipo cheio de flechas e vivo
galopando por aí. Atiro minhas flechas em muitos alvos distantes e vou
galopando atrás delas, muitas vezes encontro as flechas que lancei, assim
atinjo meus objetivos, mas muitas vezes fico completamente detraída pela
paisagem interessante que se apresenta ao longo do meu caminho, é a vida me
apresentando milhões de opções.
A melhor definição que já fiz de mim mesma é a de
polvo. Tenho tentáculos e vivo querendo equilibrar um milhão de atividades ao
mesmo tempo. Seja pelas flechas do centauro, ou pelos tentáculos do polvo, uma
coisa é certa, são muitos os alvos que quero atingir. Eu miro as flechas com
uma visão intuitiva em direção a algum alvo futuro e distante e gasto a maioria
do tempo correndo atrás de uma flecha ou de outra. A grande questão é se eu
almejei ou não as coisas verdadeiras.
Será que vou conseguir encontrar alguma
dessas flechas? Não importa. O que me interessa é o entusiasmo da visão e a
fascinação da viagem. No final, o objetivo torna-se insignificante. Às vezes
nem lembro como tudo começou.
Encaro a vida como uma aventura e uma busca.
Busco o conhecimento, busco me informar, busco me instruir, busco o sentido da
vida e pra mim, o verdadeiro sentido da vida é tornar a jornada tão
interessante, variada e informativa quanto possível.
Reconheço que a chegada
não é o principal. Eu posso ser digna e majestosa, quando esse papel é
necessário. Mas como sou uma atriz consumada, assim como todas os professores o
são, eu posso assumir qualquer papel para chegar ao próximo estágio da jornada.
O que me motiva são as minhas idéias. A
possibilidade de algo novo e interessante a cada esquina: o tesouro a ser
descoberto, o objetivo impossível de alcançar, o mistério inexplorado, o amor
que escapou. As pessoas que ainda não conheço, as que já conheço mas ainda não
entendo.
Eu tenho medo de perder alguma coisa boa ou ruim da vida se ficar
estacionada no presente. Se ficar sem me mexer, se ficar apenas esperando ou
deixando a vida me levar.
Sou extrovertida, muito falante e tenho uma
bocarra gigantesca. O que não considero uma qualidade, pelo contrário. Adoro
novidades, novidades eletrônicas, novidades de trabalho, da ciência, enfim,
qualquer tipo de novidade.
Quando meu lado introvertido aparece, é verdade, sim! Eu tenho um lado introvertido! Ele se apresenta pra mim quando eu abraço um
objetivo novo, mas geralmente tem a ver com a minha espiritualidade, com a
minha filosofia de vida e com a minha nova visão política, ou um novo projeto
criativo.
Como diz uma das minhas melhores amigas: “você me cansa, só de falar
de tanta coisa que você faz!” É como se, de alguma forma, eu sentisse essas
coisas mesmo antes de qualquer um falar sobre elas. Eu tenho uma capacidade
incrível de fazer contatos certos no momento certo com as pessoas certas.
Sempre foi assim, no trabalho, na vida pessoal, nas amizades, em tudo. Acredito que isso seja sorte sim. Alguns dos meus amigos pensam assim e falam
isso pra mim: “nossa como você tem sorte!” Pra mim, isso não é só sorte, é
trabalho e vontade e também um pouco do meu olho preciso para as oportunidades
repentinas, meu "faro" intuitivo que é capaz de identificar um
potencial ou uma possibilidade a trinta quilômetros de distância. Parece
estranho, mas essa intuição, esse faro, nunca me deixou na mão.
Claro que um dos meus grandes inimigos sou eu
mesma! Esse inimigo que vem de dentro de mim, se apresenta em forma de tédio.
Nos últimos anos ele tem me deixado em paz. Tantas são as atividades em que me
envolvo. Mas, o tédio é realmente um dos meus grandes inimigos, eu fico mesmo entediada
facilmente. É por isso que preciso tanto dos meus queridos amigos,
principalmente aqueles disciplinados e organizados, me falando sobre as
vantagens do esforço disciplinado. Pra mim, bastaria fazer alguma coisa duas
vezes, da mesma maneira, que o tédio já aparece. Daí minha dificuldade de viver
em disciplina, seja uma dieta, uma rotina ou qualquer outra coisa que exija
cadencia.
Tenho muita dificuldade de economizar, de me organizar e no meu
cofrinho você vai encontrar um montão de entusiasmo, mas poucos prêmios. Não
guardo as coisas, guardo as sensações, as vivencias, as experiências. Para mim,
o que vale a pena colocar no cofre é o entusiasmo da corrida e não o prêmio. Eu
até ganho prêmios valiosos, mas gasto todos em cinco minutos, guardar pra que?
Tem coisas que me deixam louca. Posso fazer uma
lista enorme de coisas que me enlouquecem, a minha capacidade auditiva
infinita. Escuto tudo e fico irritada com certos barulhos.
Quando tenho que
enfrentar ou me sinto cercada por limites! Isso me deixa louca. Ultimatos e
limites me deixam a ponto de um ataque! Quando algum amigo, chefe ou qualquer
um perto de mim percebe isso, já descobriu rapidinho meu ponto fraco. É uma
forma fácil de me provocar! Uma garantia de provocação à resistência armada e
certa! O que vai resultar numa explosão de indelicadezas e impaciências que nem
os mais preparados conseguem aguentar.
A minha mente inquieta está sempre buscando
horizontes inexplorados. Quando não consigo o que quero e fico frustrada, meu
temperamento fica bastante explosivo, e é difícil me controlar. Daí, nem eu
mesma me aguento!
Mas, quando o ar fica limpo outra vez, ninguém
pode reclamar mais. Volto a ser a mais paciente e amável de todas. No entanto,
às vezes, eu não entendo como os outros se sentem magoados com aqueles
comentários horrorosamente rudes e honestos que eu faço. Todos oriundos daquela
minha imensa bocarra que eu já mencionei anteriormente. Para os comentários que
faço e para as reações que tenho, minha sensibilidade é paquidérmica! Ou seja,
nula, nenhuma. Mesmo com toda minha generosidade e conhecimento, sou
incrivelmente insensível e ingênua e se alguém me elogia da alguma forma, sabe
aquela forma certinha, que só algumas pessoas sabem fazer? Eu fico toda
convencida. Doce ilusão. Porque, agora com a experiência da idade, algumas
vezes já consigo ter consciência disso. Mas, só às vezes.
Meu coração é verdadeiro, eu sinto muito que
preciso de um parceiro que me dê uma amizade genuína e muito espaço para
respirar. Coisa praticamente impossível de encontrar nos dias de hoje. Quando
eu ganho esse tipo de liberdade, não abuso dela. Claro que isso aprendi com o
tempo. Dar valor à liberdade e a confiança que algumas pessoas depositam em
mim. Mas, ainda preciso colocar isso em prática. Na verdade eu sou muito
exagerada, mas não aguento os exageros dos outros. Detesto melodrama e
inseguranças dos outros, me irrita muito e tenho pouca paciência para isso, mas
sou a mais melodramática e exagerada de todas!
Eu tenho a capacidade de aguentar grandes cenas dramáticas em um
relacionamento - de contas, muitas delas são geradas por mim mesma – mas, não
suporto dramas e choro. O mundo da segurança doméstica imutável tampouco é
minha ideia de diversão. Mas ao mesmo tempo, admiro isso nas pessoas e muitas
vezes busco isso nos outros pra poder me sentir segura.
Quando meus amigos me perguntam onde, como e
porque eu tenho tanta energia pra me atirar assim nas coisas que faço, eu
penso: nossa será que eu sou assim mesmo? Então qual é essa questão tão grande
que estimula meu espírito? Fácil de responder, é uma vontade de entender a
vida, de compreender onde estamos todos indo e o porquê.
Eu procuro o grande
significado por trás das coisas, correndo atrás das pistas de um grande
quebra-cabeças que é muito difícil de ser solucionada em apenas uma existência! Acho até que NUNCA será solucionado (olha o exagero aí!) porque as peças estão
sempre se multiplicando. Essa é uma tarefa enorme que vai durar toda a
eternidade, ainda bem que agora sei que
a vida é eterna!
Felizmente, eu tenho um forte senso irônico e uma visão
um tanto quanto aguda. Tenho uma capacidade que considero muito boa: a de unir
o ridículo ao sublime e achar isso ótimo!