terça-feira, 16 de novembro de 2010

PAZ



Já não é uma boa hora para escrever.

Estava em paz.

Tentava entender o que estava sentindo, revendo os sentimentos e quais as ideias e pensamentos que me levaram até essas sensações, quando comecei a sentir, raiva, impaciência, nervosismo, que chegou a  afetar o meu corpo, senti taquicardia, comecei a suar e senti vontade agredir alguém. 

Ela entrou no meu quarto e falou às 11h. 
Já acordou? Tá escrevendo? Ainda é tão cedo e você já esta acordada?!
Senti duas coisas que me deixaram muito irritada, ou ela esta bancando a boazinha ou esta sendo debochada. 
Querer agradar e bancar a boazinha, acho que é a melhor opção.
Me perguntou o que eu ia tomar no café, o que eu ia comer no almoço e eu ainda  estava na cama, nem tinha levantado. 
Daí, ele saiu, irritado com a minha resposta. Levantou e foi tomar café da manhã sozinho. 
Isso fez com que eu me sentisse pior, por ter respondido.
Eu vou embora pro Rio, já. 
Na verdade o que todos entenderam foi exatamente o que eu quis dizer, já que não tenho paz aqui. 
Vou me mandar. Agora estou aqui sozinha e com vontade chorar.

Devo estar exatamente com aquela tal cara de carente.

Vontade desaparecer.

SI.

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Realidade ou Ilusão

Ilusão



Até que ponto o que eu sinto é real ou apenas uma ilusão?

Como identificar se estas sensações e impressões são minhas, verdadeiras e têm fundamento na realidade ou se são apenas momentâneas e influenciadas pelo momento e pela energia que me cerca naquele instante que eu as sinto?

É Bem complicado para mim, tentar reconhecer e entender isto. Na verdade, eu mal consigo explicar o que é. Se tudo o que eu sinto for uma ilusão, ou seja,  apenas uma impressão errada da realidade, ela é uma ilusão criada por mim, eu fui descuidada, não vigiei meus pensamentos  e deixei brechas abertas para sofrer essa influência.

Eu sei que a única forma de reconhecer a verdade é através da meditação, que abre as portas do meu coração e da minha mente para que eu reconheça a verdade. Ãs vezes penso qual será a melhor hora para meditar, e a melhor hora é toda hora. Mas eu não consigo me concentrar do mesmo jeito todas as vezes que metido.

Nesta semana, eu tive uma prova concreta do poder da meditação.
Eu estava me sentindo muito angustiada, com vontade chorar o tempo todo, triste e nervosa, com um aperto no peito infinito e que não passava nunca.

Daí eu comecei a me sentir praticamente doente e sem vontade para nada. Comecei a avaliar o porque de me sentir tão mal. Comecei a pensar que não podia ser normal eu me sentir assim. Eu estou com problemas de grana, eu estou desempregada, mas isso não seria motivo pra me sentir tão desesperada. A sensação aumentou de tal forma que ficou incontrolável, eu achei que fosse passar mal, que fosse brigar com meu namorado, que não fosse mais aguentar. Daí, eu estava na cozinha fazendo o almoço, eu resolvi que aquela sensação iria acabar naquele instante. Eu me concentrei muito e fiz uma oração. 

Meditei conversando comigo mesma, como um pensamento vertical, onde eu lembrava de todos os que me amavam e gostam de mim e me fazem saber que eu não estou sozinha nunca. Foi uma sensação tão forte e intensa que em poucos minutos eu senti que aquela angustia tinha deixado o meu coração e meu corpo e minha mente estavam mais leves e saudáveis.

Eu quero procurar fazer isso mais vezes durante o dia e vigiar mais meus pensamentos para que não tenha que passar por essa situação de desespero com tanta frequência. 

Mas, o mais importante é a consciência de que as vezes nem tudo o que eu sinto, eu tenho mesmo que sentir, na verdade, eu não estou negando o sentimento, eu o reconheço, o avalio e  vejo com a origem dele, qual pensamento que eu tive que fez com que eu me sentisse daquele jeito.

Quero ir fundo nessa sensação e mania que tenho de bancar a vítima. Parece que eu me acostumei com a sensação de ser a coitadinha e volta e meia precisasse me  sentir assim, como um hábito, como um vício na sensação de tristeza, uma sensação tão familiar pra mim que até me faz sentir falta dela, e daí eu, quando estou imensamente feliz, me sinto culpada pela felicidade e busque uma forma de me sentir simples e comum e triste.

Eu posso me sentir feliz sim. 

Eu sou o que eu penso.

Basta policiar meus pensamentos. Vigiar. Vigiar sempre. Essa é a regra.

Si

15 de Novembro de 2010. (23:56)